O Tribunal de Justiça condenou o governo do Distrito Federal a pagar R$ 30 mil – como indenização por danos morais e estésticos – a uma paciente que ficou cega após passar por uma cirurgia de catarata no Hospital de Base de Brasília. Selma Ferreira Pinto também deve receber uma pensão alimentícia por toda a vida, no valor de um salário mínimo. Cabe recurso.
A cirurgia foi em 2015, mas a sentença só foi publicada nesta segunda-feira (14). A decisão afirma que “houve erro” no procedimento médico, e que a paciente “não foi informada adequadamente dos riscos”.
“A conduta da equipe assistente, no particular, não observou as regras de cuidado esperadas”, diz o juiz no processo.
No entendimento do juiz, o governo – na época, a frente da gestão do Hospital de Base – “tem responsabilidade objetiva” sobre o caso e, por isso, deveria ser condenado neste processo.
Em nota, a Procuradoria-Geral do DF informa que ainda não foi notificada da sentença e, só depois, poderá avaliar “as medidas cabíveis”.
Cegueira irreversível
Ao deixar o hospital, a paciente afirma que saiu “sem enxergar nada” e que sentia “fortes dores” que perduraram por dias.
Ao retornar ao médico depois da operação, Selma foi submetida a exames e, ao final, foi informada que houve um “acidente” durante o procedimento cirúrgico no olho esquerdo. Ouviu que o hospital “tentaria corrigir, mas não garantiria nada”.